Coração e Drogas

Fala-se muito sobre o efeito das drogas no tocante a dependência química que as mesmas provocam, determinando os efeitos devastadores sobre a qualidade de vida, interação, aprendizado, prejuízos financeiros, agressividade, furtos, roubos, dentre outras infindáveis consequências a nível de sistema cerebral/comportamental. No entanto, pouca ênfase se dá acerca dos outros malefícios provocados em outras áreas do corpo, em especial no sistema cardiovascular.
 

Hoje em dia a maior parte da população mundial faz uso de drogas lícitas (bebidas alcoólicas, cigarros, ...) e uma grande parte faz uso de drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack ...)

 

O álcool é um tipo de droga, porém lícita e  que pode, em pequenas doses, ajudar a aumentar uma fração do colesterol (HDL) que proporciona uma proteção no sistema cardiovascular. No entanto, o uso em doses maiores pode levar a diversos problemas no organismo, inclusive no coração. Trata-se da miocardiopatia alcoólica que é um tipo de doença que leva a um quadro de insuficiência cardíaca e que se não tiver tratamento adequado, pode matar. 

 

O cigarro é de longe a droga lícita que tem o maior poder de provocar dependência química e seus efeitos sobre coração e vasos são devastadores. Seus componentes, além de cancerígenos vão, ao longo dos anos de tabagismo, determinando lesões nas paredes internas das artérias de todo o organismo e levando, dessa forma, a obstruções em todo o território vascular. Em decorrência, ocorrem os acidentes vasculares cerebrais, infartos agudos do miocárdio, insuficiência renal, danos oculares, membros inferiores, dentre outros. Para se ter uma ideia do efeito agudo do cigarro sobre a pressão arterial, a mesma só deve ser aferida pelo menos uma hora após o indivíduo ter fumado o último cigarro. Do contrário,  as medidas serão super estimadas, tamanho é o efeito vascular que a droga produz.

 

Em relação as drogas ilícitas que são encontradas no Brasil , a cocaína e seu derivado, o crack,  são as que mais produzem danos à saúde cardiovascular.  As chamadas overdosesdemonstram o efeito agudo da droga após a utilização. São situações frequentemente fatais por mecanismos hipertensivos , vasculares, isquêmicos e hemorrágicos. Essa substância, por aumentar a disponibilidade de adrenalina, pode, de forma aguda, levar a um pico de hipertensão e espasmo de artérias coronárias, determinando um infarto do miocárdio,  muitas vezes levando ao óbito. Já seus efeitos crônicos levam a um quadro de hipertensão arterial que é mais um mais um fator de risco cardíaco. Como se verifica em autópsias, a cronicidade do consumo  é  responsável por um espessamento das paredes dessas artérias, diminuindo seu calibre e afluxo de sangue para todo o organismo. Sendo assim, não traz qualquer benefício para a  saúde. Pelo contrário, mata!